Sobre Opressão?
Frequentemente um sentimento que não posso descrever enche meu coração e todo meu ser. Está lá num profundo amor – mas um sentimento similar também surge com o medo, angústia, dor, desamparo e frustração.
Certamente há algo muito similar em emoções diferentes: o sentimento de opressão. Ele pode ser amor, pode ser ódio – pode ser qualquer coisa. Se for demasiado então lhe dá um senso de estar sendo inundado, esmagado por algo. Mesmo a dor e o sofrimento podem criar a mesma experiência, mas a opressão não tem nenhum valor em si mesmo. Simplesmente lhe mostra que você é um ser emocional.
Isso é tipicamente a indicação de uma personalidade emocional. Quando é raiva, é tudo raiva. E quando é amor, é tudo amor. Ele quase se embriaga com a emoção, cego. E qualquer que seja a ação que resulte disso está errada. Mesmo se for um amor opressivo, a ação que vai surgir disso não estará certa.
Isso se torna quase como uma nuvem escura na qual você está perdido. Assim tudo que você fizer vai estar errado.
O amor não é para ser uma parte de suas emoções. Ordinariamente é isso que as pessoas pensam e experimentam, mas qualquer coisa que oprime é muito instável. Chega como um vento e passa, deixando-o para trás, vazio, esmagado, na tristeza e no sofrimento.
De acordo com aqueles que sabem o ser total do humano – sua mente, seu coração e seu ser interior – o amor precisa ser uma expressão de seu ser interior, não uma emoção.
A emoção é muito frágil, muito mutante. Um momento parece ser tudo. Noutro momento você fica simplesmente vazio.
Portanto, a primeira coisa a fazer é retirar o amor dessa multidão transbordante de emoções. O amor não é transbordante.
Ao contrário, amor é um tremendo vislumbre, claridade, sensibilidade, consciência acordada.
Mas esse tipo de amor raramente existe porque poucas pessoas alcançam seu ser.
Existem pessoas que amam seus carros… Esse amor procede da mente. E então você ama sua esposa, seu marido e seus filhos – esse amor é do coração. Mas devido a que o amor precisa mudar para permanecer vivo, e você não pode permitir essa mutabilidade nele, ele se torna amargo. O mesmo marido todos os dias – é uma experiência tão tediosa. Isso embota sua sensibilidade, embota toda possibilidade de alegria. Lentamente, você começa a esquecer a linguagem do riso. A vida se torna simplesmente trabalho sem qualquer alegria. E a gente precisa trabalhar porque temos esposa e temos filhos.
Você tem que retirar seu amor das garras das emoções onde ele tem estado desde seu nascimento e você tem que encontrar uma rota para seu ser. A menos que seu amor se torne parte de seu ser, ele não será muito diferente da dor, do sofrimento, da tristeza.